Uma escultura de 2,70 metros de altura precisou ser içada dentro do Memorial de Curitiba na tarde desta segunda-feira (27/3). Trata-se de uma releitura da premiada e desaparecida obra No Exílio, de João Turin (1878-1949), feita pela escultora Luna do Rio Apa, que integrará a exposição Curitiba, Capital do Paranismo.
A exposição será aberta nesta quinta-feira (30/3), às 19h, pelo prefeito Rafael Greca, com o lançamento do livro Paranismo e como parte das celebrações dos 330 anos da cidade. Na mostra, o público brasileiro terá a oportunidade de apreciar pela primeira vez uma obra perdida do artista paranaense.
A escultura de 300 quilos, moldada em argila e finalizada em gesso pedra, foi transportada do Ateliê de Esculturas do Memorial Paranista, onde a artista trabalhou na execução da obra a partir de fotos da época, para o Memorial de Curitiba. Por causa do tamanho e do peso, precisou ser içada pelo vão, do piso até o primeiro andar, onde ficará exposta.
Mais de 100 anos depois
No Exílio é a primeira escultura em grandes proporções feita por Turin e que até hoje não foi localizada. A obra original é do início do século 20, do período em que Turin vivia na Bélgica, foi apresentada como trabalho de conclusão de curso na Real Academia de Bruxelas e chegou a ser premiada com a Menção Honrosa no Salão de Paris, mas não foi trazida ao Brasil e acabou se perdendo.
“Agora, mais de 100 anos depois, temos a glória de ver a obra perdida de João Turin materializada, um presente para os 330 anos de Curitiba”, destaca o prefeito Rafael Greca.
O trabalho de resgate histórico foi feito pela família Ferreira Lago, gestora do patrimônio artístico de João Turin.
A Exposição
A exposição Curitiba, Capital do Paranismo ocupará dois andares do Memorial com reproduções de obras de arte e textos explicativos, divididos entre as diversas linguagens artísticas que assimilaram as propostas do movimento artístico e intelectual do início do século 20.
Além desta grande escultura, serão exibidas algumas obras de Turin em impressão 3D. Outras peças de artistas como Erbo Stenzel e Zaco Paraná estarão em reproduções fotográficas. As obras de pintores como Alfredo Andersen, Lange de Morretes e Waldemar Freyesleben foram reproduzidas em canvas (impressão em tela de tecido).
Trechos de filmes da época, de João Baptista Groff e Annibal Requião, publicações e revistas daquele período, como Illustração Paranaense e A Divulgação, serão exibidos durante a exposição.
A mostra terá um estande especial para Didi Caillet (1907-1982), a musa do Paranismo. Inteligente, fluente em quatro idiomas, culta e politizada, ela foi eleita miss Paraná (1929) e ficou em segundo lugar no concurso de miss Brasil. Gravou dois discos de poemas, publicou livros e era considerada integrante do movimento.
Pedra fundamental
Durante a abertura, o Memorial de Curitiba, que guarda um rico acervo de obras de arte e objetos históricos relacionados à história da cidade, recebe a pedra fundamental de instalação da Vila Nossa Senhora da Luz dos Pinhais em 1693, que até o ano passado estava na Praça Tiradentes, mas agora, para fins de preservação e conservação, ficará junto com os altares retábulos da antiga Igreja Matriz.
A pedra de arenito, com 85 cm de altura, guarda inscrições da época, e passou por uma limpeza, feita com produtos especiais, no Ateliê de Escultura do Memorial Paranista. No lugar da original, na Praça Tiradentes foi instalada uma réplica. A transferência da peça para o Memorial da cidade faz parte do Programa de Preservação do Patrimônio de Arte Escultural de Curitiba.
Memoriais
Uma parte da mostra é dedicada aos memorais de Curitiba. O Memorial Paranista, inaugurado na atual gestão do prefeito Rafael Greca, com o acervo de João Turin, é o mais recente entre os monumentos que homenageiam a história da cidade. O Memorial de Curitiba foi inaugurado por ocasião das comemorações dos 300 anos de Curitiba, na primeira gestão de Rafael Greca.
Serviço: comemoração dos 330 anos de Curitiba
Abertura da exposição Curitiba, Capital Paranista
Lançamento do livro Paranismo, de José Roberto Teixeira Leite
Local: Memorial de Curitiba (R. Claudino dos Santos, 79, São Francisco)
Data e horário: quinta-feira (30/3), às 19h
Horário da exposição: de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h. Sábados e domingos, das 9h às 15h
Gratuito
Via Pref. de Curitiba